"O capitalismo não existe sem desperdício. E devemos agradecer isso aos EUA, com seus 25% do lixo produzido no mundo e gerando 25% da demanda também"
Isso é um resumo bem grosseiro do filme.
Para tentar sintetizar: uma empresa (Conex Oil) perdeu um contrato de exploração de gás no Oriente Médio para a China.
Outra empresa, Killen, conseguiu estranhamente o direito de exploração de petróleo no Cazaquistão, o maior reduto de ouro-negro da região.
Isso aconteceu e um congressista passou a ganhar um certo volume de dinheiro para pagar as desespesas da filha em um colégio suíço.
Paralelo a isso, uma Multinacional energética de Genebra tenta um acordo comercial com o filho progressista de um Emir árabe; um agente da CIA (George Clonney) é designado a vender mísseis para terroristas Iranianos e um paquistanês perde seu emprego e se torna membro de um grupo religioso islâmico terrorista.
Syriana, que tem esse nome sem nenhuma razão de ser aparente, trata, de maneira avassaladora - e digo isso porque se se perder uma fala, piscar os olhos por tempo demais você pode sair da frente da tela achando que dormiu em algum momento - dos meandros sujos por trás das negociatas que envolvem a indústria petrolífera, as grandes potências econômicas (no caso os EUA), reis, advogados e gente marginalizada pelo capitalismo.
Nesse filme há humanos normais, como o representante da empresa Suíça (Matt Damon) e o desempregado paquistanês ou o aspirante a "mau-caráter corporativo negro de uma firma de advocacia.
Mas se esses têm alguma coisa de seres humanos, outros são frios, calculistas e para eles "make money" não é uma frase de efeito, mas uma filosofia de vida.
Empresários, políticos e grandes advogados de firmas representantes de mega-corporações são descaradamente vis quando o assunto é ganhar mais dinheiro.
Com alto grau de contextualização histórica, o filme não é fácil de assimilar, tem roteiro difícil e trama politizada.
Em tempos de mega corporações despejando 400 bilhões de dólares para nos vender fast food e propaganda de uma cultura do consumo, tempos em que um país é responsável sozinho por 51% dos gastos mundiais com armas enquanto mais da metade da população mundial passa fome é muito bom ver filhos da indústria cultural americana (George Clonney e Steven Soderbegh), fazendo filmes que contestam o sistema e nos apontam as mazelas do mundo.
A indústria americana de cinema ainda produz coisa boa!
Como baixar no celular?
ResponderExcluirDallila Mota, com Android, da!
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