Desde 1992 a Birmânia, região do sudeste asiático também conhecida como Myanmar, está sob controle da uma ditadura militar chefiada pelo General Than Shwe.
A repressão política, social e étnica controla o sociedade e os movimentos de contestação. Os meios de comunicação estão sob total controle do governo militar, tornando quase impossível a insurgência de qualquer manifestação.
Apesar de tudo isso, em 2007 um grupo de monges budistas liderou uma revolta contra o estado que chegou a reunir mais de 100 mil pessoas para protestar contra a opressão violenta da junta militar. A mídia oficial do Estado ocultou a revolta, mas um grupo de jovens vídeo-jornalistas armados com câmaras de vídeo digital escondidas saiu às ruas para cobrir a revolução.
Eles formavam a Voz Democrática da Birmânia, também conhecida como Burma VJs.
Os Burma VJs filmaram os protestos, os atos violentos cometidos por policiais militares e funcionários e, de seguida, enviaram clandestinamente as filmagens para a Tailândia.
Então, os birmaneses emigrantes foram passando estes filmes para organizações humanitárias e de Imprensa de todo o mundo.
As imagens correram o mundo, inaugurando os telejornais ocidentais, dando a conhecer um pouco da realidade de um país onde raramente a informação não-oficial consegue passar pela censura do Estado.
Desde então o regime intensificou a perseguição aos membros da Burma VJs e vários encontram-se detidos. Anders Østergard (uma das pessoas que teve acesso às filmagens vindas da Birmânia) compilou um documentário fruto do trabalho dos Burma VJs, trazendo um olhar de como a nova tecnologia se torna uma arma na tentativa de revolução do povo Birmanês e o seu papel na luta pela Birmânia democrática.
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