A história de Rodriguez: sexto filho de imigrantes mexicanos (daí o Sixto), trabalhador da construção civil, grande admirador de Leonard Cohen, Dylan e Henry Mancini, edita dois álbuns, "Cold Fact", em 1970, e "Coming From Reality", no ano seguinte.
Os discos recebem boas críticas mas passam despercebidos junto ao público.
Pouco depois, o músico desaparece.
Entretanto, cópias dos discos chegam à Austrália e à África do Sul.
Neste último país, o passa-palavra transforma-o num fenômeno que atravessa gerações.
No país do apartheid, ferozmente conservador, Rodriguez torna-se uma voz de rebeldia e de esperança.
Enquanto os seus discos chegam a 500 mil lares sul-africanos, principalmente os da juventude branca liberal, Rodriguez trabalha na construção civil para sustentar as três filhas, concorre a vários cargos públicos em Detroit por obrigação cívica e tira um curso de Filosofia por curiosidade intelectual.
Malik Benjelloul, realizador televisivo sueco, 35 anos, partiu do seu país em 2006.
Vagabundeou pela América do Sul e por África, procurando "histórias que valessem a pena ser contadas".
Na Cidade do Cabo, entrou na loja de discos de Stephen "Sugar" Segerman e ouviu aquele que, juntamente com o jornalista Craig Bartholomew-Strydom, desvendara o mito.
Sem financiamento, começou por filmar aquela história com um iPhone.
O resultado foi um documentário que, para além de ter ganho vários prémios (entre eles um Óscar e um BAFTA), fez renascer a carreira de um dos mais importantes ícones da história da música.
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